Kallipolis: O Jogo dos Governos

Kallipolis: O Jogo dos Governos

    Um novo governante está para ser eleito em Atenas! Esta é a oportunidade para que os opositores à democracia ocupem o posto do poder e apliquem o modelo de governo que desejam. Aos favoráveis à democracia, por outro lado, é o momento para defender a liberdade que conquistaram. Observando a agitação de seus colegas cidadãos nessa época de eleição, o filósofo se introduz nos debates buscando expor as intenções que os candidatos podem ter distorcido através de seus poderosos discursos.

     Feito para 13 jogadores (e um moderador), Kallipolis é um jogo de dedução social assimétrico ideal para uma dinâmica numa turma de Ensino Médio. Através de sistemas de jogo engajantes e interpretação de papéis, Kallipolis traz A República de Platão para a sala de aula de maneira divertida, incentivando o debate e o pensamento crítico dos jogadores.

     O jogo não exige qualquer conhecimento prévio de filosofia ou do pensamento de Platão. De fato, é um jogo principalmente voltado para o Ensino Médio, na medida em que tenta criar um ambiente propício para o professor explorar nuances da filosofia platônica de forma lúdica, mas pode ser jogado em qualquer ambiente.

     Em Kallipolis, quatro candidatos disputam uma eleição numa Atenas democrática hipotética. Cada candidato - o Democrata, o Oligarca, o Timocrata e o Tirano - tem como objetivo vencer a eleição, e cada um dos oito cidadãos tem como objetivo fazer com que seu candidato de escolha seja o vencedor. Há apenas um problema, entretanto: não há como saber, de início, qual candidato é qual - todas as posições são secretas. Um eleitor do Oligarca, por exemplo, pode acabar depositando seu voto para o Tirano, caso seja enganado. Cabe aos candidatos a tarefa de convencer os cidadãos de que são os governantes ideais para a Pólis, sem sair de seus personagens, e mantendo sempre suas reais identidades em segredo.

     Dada a situação, o Filósofo entra em cena. Com o objetivo de auxiliar seus concidadãos a não cometerem equívocos e impedir que sejam enganados, o Filósofo busca descobrir qual candidato representa qual posição, e tenta mostrar, através de críticas, suas verdadeiras faces para os demais cidadãos da Pólis. Enquanto os candidatos tentam vencer a eleição, o Filósofo tem outro objetivo: impedir que os cidadãos votem erroneamente, garantindo que todos votem no candidato mais compatível com seus ideais individuais, causando, assim, um empate geral. Começa o Jogo dos Governos!

     Kallipolis é e sempre será um jogo gratuito, disponível para download nesta página da itch.io, em formato Print and Play. Escolha a sua versão (Colorida ou Monocromática) no fim da página, baixe os arquivos, imprima, e pode jogar! A reprodução do jogo é permitida e incentivada, porém sempre em sua forma original, sem alterações e com os devidos créditos. O jogo foi desenvolvido para ser jogado presencialmente, porém foi adaptado e agora também permite partidas on-line através de video-conferência.

     O Manual de Regras está incluso no download de ambas as versões do jogo, porém também pode ser baixado separadamente abaixo.

O Projeto

     A ideia para Kallipolis: O Jogo dos Governos surgiu como um projeto para a disciplina  Projeto de Docência, no curso de Licenciatura em Filosofia da Universidade Federal de Juiz de Fora (2019). Nosso objetivo era criar um jogo que auxiliaria o professor do Ensino Médio a apresentar a filosofia socrático/platônica de uma maneira alternativa. Nesse sentido, visávamos criar um jogo que permitiria uma quebra com o estereótipo de que a Filosofia é uma atividade exclusiva à "torre de marfim", explorando-a como uma abstração que parte do contexto do filósofo e, depois de estabelecida, é utilizada para refletir tal contexto.

     O diálogo platônico A República nos parece ser um exercício exaustivo de abstração, que culmina na criação da cidade bela (Kallipolis), ou a cidade justa. Porém, tal diálogo não se limita a tal abstração: no livro VIII, Sócrates e seus interlocutores utilizam-se dela para avaliar o quão justa foram as formas de governo já efetivas. 

     Nesse sentido, enxergamos no oitavo livro d'A República a oportunidade de trabalharmos uma abstração filosófica pensando o contexto (mais especificamente, as formas de governo já efetivas e seus respectivos governantes).

     Uma vez que tínhamos em nosso horizonte trabalhar o contexto, não situamos o jogo na cidade bela, mas sim em uma Atenas democrática hipotética. Os personagens, por sua vez, foram todos elaborados a partir do que Platão nos apresenta sobre as almas dos governantes e como os cidadãos agem sob o poder dos diferentes governos. 

     Não poderíamos, no entanto, negligenciar a importância da abstração filosófica em vista do contexto. Por isso, desenvolvemos o personagem do Filósofo, que seria uma oportunidade para o professor trabalhar a atitude filosófica diante do que é vivido.

Para mais detalhes sobre o aspecto teórico do jogo, acesse o blog:  https://kallipolisojogo.medium.com

O artigo sobre os limites e possibilidades de aplicação do jogo pode ser baixado no link:
https://impactum-journals.uc.pt/archai/article/view/11044

Equipe

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Desenvolvimento dos textos em vista do corpus (a saber, A República de Platão)
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